Jesus Desafiou Seus Ouvintes
Muitos pregadores, hoje, procuram atrair os ouvintes com palavras agradáveis. Quando acreditam que o objetivo da pregação seja a felicidade das pessoas, procuram falar coisas que deixam a pessoa se sentir mais feliz. O ouvinte chega com seus próprios objetivos egoístas – quer alcançar uma bênção, resolver um problema, conseguir emprego – e os pregadores incentivam e supostamente ajudam a alcançar seu objetivo, alimentando o egoísmo. Alguns se especializam em fazer com que os ouvintes se sintam mais justos do que os outros, focalizando os erros dos outros e batendo nos seus peitos para dizer: “Nós não somos iguais!”. O efeito de tais pregações é deixar as pessoas como estavam, ou até de incentivá-las a continuarem no mesmo caminho egoísta.
As pregações de Jesus foram diferentes. Ele desafiou seus ouvintes e os chamou a fazer mudanças radicais na sua vida. Vamos ver alguns exemplos destes desafios no ensinamento do Mestre.
Eu, Porém, Vos Digo . . .
Jesus confrontou as doutrinas e tradições dos homens, mostrando a diferença entre o que eles ensinavam e a sua vontade. Este confronto se torna evidente no sermão do monte, onde destacou diferenças entre as interpretações dos líderes religiosos e seu próprio ensinamento.
“Ouvistes que foi dito. . . . Eu, porém, vos digo”. Jesus apresenta estes desafios quando fala sobre conflitos entre pessoas (Mateus 5:21-22, 38-39), impureza sexual (Mateus 5:27-32; veja também 19:9), juramentos (Mateus 5:33-37) e o tratamento dos inimigos (Mateus 5:43-44). Cada afirmação do Senhor lança mais um desafio para os cidadãos do seu reino.
Tanto no sermão do monte como em outras ocasiões, Jesus fez contrastes entre o comportamento dos líderes religiosos e a conduta esperada dos seus discípulos. Ele citou exemplos do procedimento dos religiosos, dizendo “Eles fazem de uma maneira, mas vocês devem fazer de outra”. Foi assim que ele ensinou os seus servos a fazerem boas obras e orarem para agradar a Deus, e não para serem vistos pelos homens (Mateus 6:2-3, 5-6, 16-17). Até hoje, as palavras desafiadoras de Jesus atingem muitos que gostam de ser servidos e honrados pelos homens (veja Mateus 23:6-8).
O ensinamento de Jesus mirou o coração do homem, colocando os ouvintes em conflito com seus próprios pensamentos e prioridades, e contrariando as tendências da sociedade. Naquela época, como agora, a vida de muitos ricos e pobres era dominada pela preocupação com bens materiais. Jesus abordou esta atitude com ensinamento direto e taxativo: ou ame a Deus, ou ame às coisas materiais (Mateus 6:19-21,24,25-34; Marcos 10:21-22).
Jesus desafia todos a aceitarem um padrão de moralidade muito superior às normas da sociedade. Enquanto os homens consideram normal quebrar o compromisso do casamento, Jesus defende o princípio original de manter o casamento para a vida toda (Lucas 16:18; Mateus 19:6-10).
Ai de Vós
Cristo confrontou as tradições humanas, mostrando como negam e contradizem a palavra de Deus (Mateus 15:3,6-9). Suas repreensões mais severas foram reservadas para os líderes religiosos. Ele censurou diretamente as doutrinas e práticas hipócritas destes líderes, apresentando uma série de advertências que começam com as palavras “Ai de vós” (Mateus 23:13,15,16,23,25,27,29).
Em outra ocasião, ele disse que o Pai arrancaria o que não fora plantado por ele (Mateus 15:13). Mesmo assim, até os dias de hoje homens se orgulham de fundar suas próprias igrejas e criar seus próprios movimentos religiosos.
Por Que Fez Isso?
Várias vezes, Jesus lançou seus desafios por meio de perguntas que obrigavam os ouvintes a refletirem sobre seus próprios motivos e propósitos. Considere dois exemplos:
Para que saíram? (Mateus 11:7-10). Quando Jesus comentou sobre o trabalho de João Batista, ele perguntou à multidão sobre o motivo de sair para ouvir este pregador. Precisavam de muito mais do que curiosidade ou interesse acadêmico; este ensinamento traz obrigações! Todos os que ouvem a palavra de Cristo acabam respondendo, ou sendo obedientes e se aproximando dele, ou ignorando e rejeitando a mensagem do Mestre.
Por que me chama “bom”? (Lucas 18:18-19). Antes de responder à pergunta de um homem, Jesus perguntou: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus”. Alguns distorcem este trecho para dizer que Jesus negou a sua divindade, o que não é o caso. O ponto neste contexto é exatamente o contrário. Ele está dizendo a este homem de posição, e a nós: “Você entende o significado de me chamar de Deus? Está disposto a fazer o que eu mando?”
Arreda, Satanás
Em Mateus 16, o autor revela uma contradição nas palavras de Pedro diante de duas situações: ele fez uma grande confissão (Mateus 16:16), mas seu conceito do Messias não admitia a ideia da sua morte (Mateus 16:21-22).
O entendimento de Pedro do reino vitorioso do Messias não incluía a morte de Jesus, mas ele estava errado. Muitos não aceitam o fato que um Deus bom permiter o sofrimento que existe em um mundo corrompido pelo pecado, mas eles estão errados. O entendimento dos calvinistas da soberania de Deus não inclui o livre arbítrio do homem, mas eles estão errados.
Quando Pedro tentou se posicionar contra os planos de Jesus, este disse: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (Mateus 16:23). Quando o homem tenta limitar os planos de Deus com suas próprias noções, ele se torna um adversário (significado da palavra traduzida “Satanás” aqui) do Senhor.
Quem Não Tomar a Cruz . . . Não é Digno
O desafio de Jesus foi direto em Mateus 10:34-39. Ser discípulo exige sacrifício: Jesus deve estar acima da nossa família e da nossa própria vida:
“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.”
O desafio que Cristo lançou em João 6 foi forte demais para a multidão. Realmente crer em Jesus significa absorver seu caráter (João 6:27-48,57) para se tornar participante da natureza divina (veja 2 Pedro 1:4). Muitos dos ouvintes acharam este discurso duro e abandonaram Jesus (João 6:60,66). Os apóstolos entenderam o significado do desafio (João 6:67-69), mas nem mesmo todos eles aceitariam o desafio lançado (João 6:70-71).
Implicações Práticas
No nosso serviço e ensinamento da palavra: temos que desafiar os ouvintes com a palavra de Deus. Muitos vão rejeitar a mensagem e abandonar o caminho de Cristo, mas todos merecem a oportunidade de dizer não, ou dizer sim!
E você? Abandona ou segue? Vê Jesus como alguém que veio para estragar os prazeres da sua vida, ou como aquele único que tem as palavras da vida eterna?
Pedro disse: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus” (João 6:68-69).
Autor–por Dennis Allan
A Importância do Antigo
Testamento hoje
Frequentemente quando tenho a oportunidade de falar ou pregar em uma igreja ou instituiçáo cristá, ouço a pergunta: "Você náo vai falar sobre o Antigo Testamento, vai?" Obviamente, a resposta esperada é de que ninguém que esteja pensando corretamente, ou até mesmo um cristáo, se arriscaria a fazer algo táo bizarra como tratar
de questóesc ontemporâneas e das necessidadesd a nossa época, voltandoa algo táo antigo e distante como o Antigo Testamento. Mas é isso o que eu tenho feito repetidas vezes, pois me impressiona o quáo relevante e poderosa é a mensagem que o Antigo Testamento plrtilha com o Novo. É chegado o momento de uma nova avaliaçáo nossas razóes para evitar esta seçáo da Bíblia. Juntamente com o argumento favorável a procurar no Antigo Testamento as r€spostas
para questóesc ontemporâneas,d evem também ser apresentadasa l-Hunra.ss ugestóesp ráticas de ajuda, sobre como esta tarefa pode ser realizada, sem fazer uma injustiça com o texto mais antigo ou com
as tecessidades da igreja que esperao Senhor. ( ) Antigo Testamento precisa praticamente da mesma defesa de
utrr leiio! No entanto, ele é claramente ignorado e frequentemente tregligcnciado no ministério de pregaçáo e ensino da igreja. Essa negligência é ainda mais frustrante quando asr eivindicaçóese os direitos do Antigo
Testamento de ser recebido como a poderosa Palavra de Deus sáo táo fortes quanto os do Novo Testamento. Portanto, éessencial que nós ouçamos a defesa que o Antigo Testamento faz de si mesmo, uma vez mais. Essa defesa pode ser apresentada em quâtro
principais teses
Autor:walter c. Kaiser jr.
Ele é a Poderosa Palavra de Deus
O mais Antigo Testamento está a anos luz de distância de ser uma mera palavra de mortais escrita â humanidade sobre eles mesmos! Em vez disto, ele se apresenta como possuindo autoridade divina, com
uma suficiência que transcende o que os meros mortais podem criar ou expor para seusc ontemporâneos,o u para as gerações futuras É verdade, Deus empregou personalidades distintas, talentos literários, vocabulário e maneiras exclusivas que cada autor tinha de se expressar, como qualquer pessoa que tenha lidoa Bíblia nos idiomas
originais deve ter notado. Mas a revelaçáo de Deus náo sofreu por isto, obstáculo ou distorçáo, como um raio de sol que sofre refnçâo quando passa por uma janela de vidro colorido. Se usarmos essa
analogia, entáo devemos observar que o arquiteto que criou o sol, de onde se origina o raio de sol, é o mesmo arquiteto que criou a janela de vidro colorido, o que neste caso seria anáIogo aos autores
do Antigo Testamento. Deus preparou tanto os autores - s66 1ed2 a singularidade e particularidade que cada um deles trazà, tarefa de escrever as Escrituras - quanto a revelaçáo propriamente dita. A questáo é: a preparaçáo dos autores foi uma obra de Deus, táo significativa quanto à revelaçáo que veio de Deus. Assim, a cada autor
foram dadas experiências, contextos culturais, uma quantidade, de vocabulário, e idiossincrasias especiais de modo que se expressassem com estilos absolutamente próprios, mas sendo o resultado finalexatamente o que Deus desejava para cada seçáo da sua revelaçáo. Essa preparaçáo do autor começava já, no dia do seu nascimento.
O profeta Jeremias soube que dnha sido chamado quando estava ainda no ventre de sua máe (Jr 1.4,5), ao passo que o chamado de Isaías ao ministério para defender a palavra de Deus surgiu da sua sensaçáo de necessidade a, parentemente tarde na vida (Is 1-5). Se Jeremias exemplifica como é um chamado interno de Deus, Isaías
nos mostra como é um chamado externo de Deus.